Qua, 31 de julho de 2024, 10:00

UFS desenvolve spray com óleo de pequi para tratamento de osteoartrite
Pacientes têm melhora no alívio de dores articulares com tratamento inovador
Pequi é uma palavra de origem Tupi que significa "casca espinhenta". Foto: Fabiano Bastos/Embrapa
Pequi é uma palavra de origem Tupi que significa "casca espinhenta". Foto: Fabiano Bastos/Embrapa

Conhecido na culinária regional da Chapada do Araripe, entre os estados nordestinos do Ceará, Piauí e Pernambuco, o pequi serviu de matéria-prima para pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) desenvolverem um produto inovador a partir do óleo extraído da fruta.

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Em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade Regional do Cariri (URCA), a UFS conduziu o ensaio clínico com 50 mulheres com osteoartrite. Elas tinham entre 40 e 65 anos de idade e foram selecionadas pelo Ambulatório de Reumatologia do Hospital Universitário de Sergipe (HU-UFS).

“O que fizemos foi preparar formulações farmacêuticas que melhoram a penetrabilidade do produto na pele para avaliar se melhoraria também a funcionalidade e capacidade motora da pessoa,” afirma o professor de Fisiologia e coordenador do Laboratório de Neurociências e Ensaios Farmacológicos da UFS, Lucindo Quintans Júnior.

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Lucindo Quintans Jr coodena Laboratório de Ensaios Farmacológicos. Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS
Lucindo Quintans Jr coodena Laboratório de Ensaios Farmacológicos. Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS

A osteoartrite não tem cura. Trata-se de um dos tipos de artrite, provocada pelo desgaste do tecido flexível nas extremidades dos ossos. Além do joelho, costuma gerar dores nas articulações das mãos, pescoço, lombar e quadril.

Segundo o Institute for Health Metrics and Evaluation, a osteoartrite afeta 15% da população mundial com mais de 30 anos de idade, sendo que as mulheres representam mais de 60% dos casos. A estimativa é que, em 2050, o problema afete um bilhão de pessoas no mundo.

Ensaio clínico

A fisioterapeuta Érika Santana realizou os testes clínicos durante a pesquisa de doutorado, no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da UFS. O objetivo foi avaliar os efeitos do produto natural na dor e na capacidade funcional das mulheres.


Spray de óleo de pequi é aplicado em pacientes com dores nas articulações. Foto: Reprodução/TV UFS
Spray de óleo de pequi é aplicado em pacientes com dores nas articulações. Foto: Reprodução/TV UFS

“Nós criamos um protocolo diário, onde a paciente fez o uso do spray duas vezes ao dia, ao acordar e antes de dormir, com a aplicação do óleo no local da dor, massageando até que ele fosse completamente absorvido”, explica a fisioterapeuta Érika Santana.

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Durante cerca de dois meses, no Centro de Reabilitação do Estado (CER-IV), as pacientes foram divididas em três grupos para o estudo: o primeiro fez o tratamento das dores no joelho apenas com a aplicação do spray; outro realizou somente a fisioterapia; e o terceiro recebeu o tratamento combinado com o óleo e a fisioterapia.

Resultados promissores

O alívio de sintomas de dor e o aumento da força muscular para flexão e extensão das pernas foram maiores nas mulheres que fizeram o tratamento com o spray. No caso da amplitude de movimento, somente o óleo de pequi foi capaz de melhorar a condição funcional das pacientes.


Fisioterapeuta Érika Santana avaliou pacientes do SUS com dores no joelho. Foto: Josafá Neto/Rádio UFS
Fisioterapeuta Érika Santana avaliou pacientes do SUS com dores no joelho. Foto: Josafá Neto/Rádio UFS

A aposentada Neide Cardoso, moradora de Aracaju, deixou de trabalhar por causa da osteoartrite. Ela chegou a pensar na possibilidade de usar uma prótese de joelho, até descobrir o tratamento inovador.

“Eu me senti muito bem usando o óleo, ele realmente dá um relaxamento no joelho. Estou me sentindo bem melhor. Voltei a fazer atividades que antes não conseguia fazer dentro de casa”, destaca a aposentada.

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Com os resultados promissores no tratamento da osteoartrite com o produto, tanto na diminuição de dores articulares, bem como na melhora da funcionalidade do corpo, os pesquisadores vão patentear a solução inovadora junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Josafá Neto

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Qua, 07 de agosto de 2024, 08:25

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