A Universidade Federal de Sergipe foi ranqueada como a segunda melhor do Nordeste, pelo segundo ano consecutivo, de acordo com o University Impact Rankings 2024 da Times Higher Education (THE). A UFS está classificada na posição 601-800, ficando atrás apenas da Universidade Federal de Pernambuco entre as instituições nordestinas, e ocupando a 25ª colocação entre as universidades brasileiras. De acordo com o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFS, Lucindo Quintans, o feito se deve principalmente às alterações de rotina implementadas por três coordenações: Pesquisa (Copes), Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agitte)e os Observatórios Sociais.
“O Impact Rankings 2024 da Times Higher Education avalia o desempenho global das universidades em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, conforme a agenda 2030. Esse ranking usa indicadores pré-estabelecidos nos ODS 17 para comparar universidades em quatro áreas principais, que são a pesquisa, administração, extensão e ensino. Em linhas gerais cada ODS tem uma série de métricas específicas para avaliar o desempenho da universidade. Portanto, a pontuação total de uma universidade é calculada combinando sua pontuação no ODS 17 com suas três melhores pontuações nos outros 16 ODS, sendo que a pontuação final é a média das pontuações dos dois últimos anos. Essas avaliações ajudam a destacar como as universidades estão contribuindo para a sustentabilidade global por meio de suas operações, pesquisas, envolvimento comunitário e programas educacionais”, detalha o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFS.
Ele explica que o ranking utiliza critérios semelhantes ao do ano anterior, quando a UFS ficou entre as 25 melhores do país e a segunda do Nordeste nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Para uma universidade do porte da UFS, é um resultado extraordinário, alinhado com nosso planejamento estratégico. Nos últimos dois anos a universidade recebeu o Selo de Boas Práticas na comemoração dos 20 anos do Movimento Nacional ODS. Portanto, essa posição prestigiada no ranking reflete o trabalho árduo de nossa comunidade, uma gestão eficiente, mesmo com limitações orçamentárias, e uma política institucional focada no cumprimento dos ODS”, pontua.
Planejamento
A Coordenação de Pesquisa (Copes), liderada pela professora Renata Bonifácio, é um dos setores que reforçam esses números. “A divulgação do ranking coloca a UFS em posição de destaque no cumprimento de metas relacionadas aos ODS da ONU. Esse resultado reflete o esforço e a colaboração de diversas unidades da instituição, a exemplo da Coordenação de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, que implementou ações específicas para contribuir com essa melhoria. A Copes tem promovido editais temáticos focados em áreas específicas de desenvolvimento sustentável, o que tem contribuído significativamente para a melhoria nos itens avaliados no ranking”, comenta Renata.
Ela aproveita para citar o Edital de Projetos sobre Representatividade Feminina no Ambiente Acadêmico, que promove o desenvolvimento de projetos relativos à participação de mulheres na pesquisa científica e em cargos de liderança acadêmica, alinhando-se à promoção da equidade de gênero (ODS 5). “O objetivo é aumentar a visibilidade e a contribuição feminina no ambiente universitário, impactando diretamente nas métricas de igualdade de gênero e empoderamento das mulheres”, explica.
Outro edital mencionado pela coordenadora é o de Projetos sobre Ações Afirmativas. “Este edital é voltado para pesquisas sobre a inclusão de grupos sub-representados no ambiente acadêmico, como estudantes de baixa renda, minorias étnicas, pessoas com deficiência e pessoas LGBTQI+, alinhando-se aos ODS de redução das desigualdades (ODS 10) e educação de qualidade (ODS 4). É uma iniciativa que busca levantar indicadores e promover um ambiente acadêmico mais diversificado e inclusivo”, informa.
Para ela, outro ponto de relevância é relacionado aos projetos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) da UFS, que têm se alinhado fortemente com os ODS e contribuem para a alta pontuação em critérios de impacto social e ambiental. “Projetos como esses ajudam a reduzir a Pobreza e a Fome (ODS 1 e 2), com pesquisas focadas em agricultura sustentável, segurança alimentar e desenvolvimento econômico local; melhoria da saúde e bem-estar (ODS 3), com projetos na área de saúde pública, prevenção de doenças e promoção do bem-estar; e fomento da educação de Qualidade (ODS 4), com iniciativas voltadas para melhorar a qualidade da educação básica e superior”, detalha a coordenadora.
“A coordenação desses projetos, com ênfase em resultados práticos e aplicáveis, aumenta o impacto positivo da universidade nas comunidades locais e regionais. Além disso, a Copes distribui anualmente 285 bolsas institucionais do Pibic para estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, e mais 30 bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para estudantes ingressantes por cotas. Essas iniciativas de bolsas beneficiam não só os indivíduos diretamente envolvidos, mas também têm um impacto positivo na sociedade como um todo, promovendo inclusão social e equidade, que são fundamentais para o desenvolvimento sustentável”, complementa.
Inovação e Transferência de Tecnologia
Outro setor que auxilia na melhoria dos índices observados para a obtenção da boa posição no ranking é a Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agitte), que tem no comando o professor Antônio Martins. “As alterações implementadas pela Agitte em seus programas focam no fortalecimento de ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A obrigatoriedade de que todos os projetos submetidos aos editais estejam vinculados aos ODS assegura que cada iniciativa contribua para metas globais de sustentabilidade e desenvolvimento. A aproximação dos programas com a sociedade, promovendo inovações tecnológicas, sociais e educacionais, tem sido um diferencial. O Edital InoveEdu, por exemplo, apoia professores e alunos na criação de projetos pedagógicos inovadores aplicáveis à educação formal, informal e inclusiva, promovendo métodos educacionais avançados que impactam diretamente a qualidade do ensino”, assegura.
“Já o edital Socialize-SE foca no desenvolvimento de soluções inovadoras para problemas sociais, incentivando atividades que melhorem a qualidade de vida da comunidade, abordando questões como inclusão social e saúde pública. Existe ainda o edital Pibiti, que promove a inovação tecnológica, incentivando a criação de novos produtos e processos tecnológicos, impulsionando a pesquisa aplicada e a competitividade industrial. Essas iniciativas têm contribuído significativamente para a melhora dos indicadores avaliados nos rankings internacionais, demonstrando o compromisso da UFS com a inovação, a responsabilidade social e a educação inclusiva, refletindo na visibilidade e no prestígio da universidade e elevando seu status acadêmico e científico”, ressalta o professor Martins.
Para ele, o ranking oferece uma avaliação abrangente da qualidade e do impacto das atividades acadêmicas e de pesquisa em um contexto global. “A comparação com padrões internacionais impulsiona a UFS a buscar continuamente a melhoria de seus processos de ensino, pesquisa e extensão, alinhando-se às melhores práticas globais. A posição da UFS no ranking não apenas reflete seu compromisso com a excelência, mas também serve como um motor para o desenvolvimento contínuo e sustentável da instituição, contribuindo para seu reconhecimento e impacto tanto nacional quanto internacional”, aponta Antônio Martins.
Observatórios Sociais
Os Observatórios Sociais, dirigidos pela professora Patrícia Rosalba, e vinculados à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, também apresentam forte contribuição na colocação da UFS no University Impact Rankings 2024 da Times Higher Education (THE). Elaborar, instituir e acompanhar programas e políticas de ensino, pesquisa e extensão que, de forma integrada, consolidem e ampliem a relação entre a Universidade Federal de Sergipe e a sociedade sergipana é a sua missão.
“Os Observatórios Sociais se constituem como estrutura administrativa da Universidade Federal de Sergipe. São um espaço de integração de pessoas, conhecimentos e práticas, e são voltados para o entendimento e a resolução e problemas acadêmicos e sociais”, explica a professora.
Eles surgiram da necessidade de ter um setor na UFS com atribuições voltadas à integração da universidade à sociedade. “A ideia é buscar fortalecer o intercâmbio com organizações da sociedade, estabelecendo mecanismos de troca de experiências e informações, criando estratégias de avaliação de problemas sociais e conferindo alternativas de um diálogo entre a expertise acadêmica e setores da sociedade”, detalha Rosalba.
Um dos pontos de destaque em relação ao papel dos Observatórios Sociais na UFS é que eles dialogam diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organizações das Nações Unidas (ONU), iniciativas mundias que visam a acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, além de garantir que pessoas de todos os lugares possam viver com prosperidade. “Todos os problemas sociais que são apresentados têm relação com os ODS. A UFS, principal instituição de pesquisa do estado de Sergipe, soma-se aos demais parceiros do Brasil para que possamos juntos mitigar os problemas sociais e econômicos e atingir os objetivos da agenda 2030”, enfatiza.
Ascom/UFS