Seg, 22 de agosto de 2022, 07:47

Startup universitária atua em projeto de recuperação de reservatórios de petróleo e gás em Sergipe
Ação visa auxiliar exploração de combustíveis no campo de Rabo Branco na bacia SE-AL
Campo de Rabo Branco situado no município de Santo Amaro das Brotas. Fotos: Josafá Neto/Rádio UFS
Campo de Rabo Branco situado no município de Santo Amaro das Brotas. Fotos: Josafá Neto/Rádio UFS

Em 2020, três engenheiros de petróleo recém-formados na Universidade Federal de Sergipe (UFS) decidiram investir no conhecimento acumulado no Laboratório de Progeologia da UFS sobre reservatórios de petróleo de campos maduros. Eles abriram uma empresa especializada em onshore, como é denominada a exploração de petróleo em campos terrestres.

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Dois anos após a criação da GKF Consultoria em Geologia e Engenharia de Petróleo, a startup universitária fechou a primeira parceria para a realização de um estudo de geoegenharia de reservatórios de petróleo e gás na bacia Sergipe-Alagoas. A pesquisa visa auxiliar a recuperação do campo de Rabo Branco, situado no município de Santo Amaro das Brotas, no Leste de Sergipe.

Descoberto há 15 anos, o campo terrestre de 44,87 km² alcançou, em 2020, uma média de produção diária de 3 mil m³ de gás natural e 130 barris de petróleo. Por isso, a área de exploração dos combustíveis fósseis no interior sergipano é considerada estratégica para o desenvolvimento de análises de sistemas petrolíferos.

Para o coordenador do Laboratório de Progeologia, professor Antônio Jorge Garcia, a potencialidade de Rabo Branco deve ser avaliada numa perspectiva de longo prazo. Ele considera que ainda existe um alto potencial econômico nos reservatórios da região geológica conhecida como Alto de Aracaju, entre Carmópolis, Divina Pastora, Riachuelo e Siriri.

+ Ouça aqui a entrevista completa com o professor Antônio Jorge Garcia


Professor Antônio Jorge Garcia coordena o Laboratório de Progeologia da UFS desde 2007
Professor Antônio Jorge Garcia coordena o Laboratório de Progeologia da UFS desde 2007

"É preciso deixar claro que estudando o local será possível descobrir o que falta para tornar o campo tão rentável quanto o campo de Carmópolis, que impactou positivamente a economia sergipana, especialmente para Aracaju. Nosso papel é capacitar e formar profissionais que possam atuar na interpretação desses cenários," afirma Garcia.

Plano de recuperação

O plano de trabalho da primeira etapa da pesquisa tem previsão de duração de seis meses. A proposta consiste na avaliação do potencial de hidrocarbonetos de Rabo Branco, a partir da caracterização paleoambiental, interpretação sísmica, análise estratigráfica, avaliação petrofísica, modelagem geológica em 3D e simulação de fluxo.

Garcia explica que há duas ferramentas básicas para investigar o campo no subterrâneo e na superfície. Os perfis de poços perfurados são analisados com ferramentas que detectam as propriedades das rochas e dos fluidos na perfuração. Já os levantamentos sísmicos permitem detectar as propriedades das rochas.

"Identificamos que, apesar da grande extensão territorial do campo, há um pequeno número de poços perfurados. Quando cruzadas as informações dos poços com as sísmicas, é possível rastrear e mapear as propriedades que envolvem porosidade, permeabilidade, presença de óleo, de água e de gás," complementa.

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Pesquisadores do Progeologia e consultores da GKF durante reunião com diretoria da Petrom
Pesquisadores do Progeologia e consultores da GKF durante reunião com diretoria da Petrom

Startup universitária

A ação é realizada por meio de um termo de cooperação técnica assinado pela UFS com a GKF Consultoria e a Petrom Produção de Petróleo e Gás. A GKF é uma startup criada há dois anos por egressos do curso de Engenharia de Petróleo da UFS. A Petrom, por sua vez, é uma empresa petrolífera que adquiriu integralmente a concessão de Rabo Branco junto à Petrobras ano passado.

Egressa do curso de Engenharia de Petróleo da UFS, Karolline Dewanele Santana Rocha é diretora executiva da GKF. A startup universitária conta atualmente com três sócios-diretores e atua com foco em atividades de geologia e desenvolvimento de reservatórios e sua caracterização multiescalar.

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“Esperamos preparar o campo para tanto ter novos poços perfurados quanto aperfeiçoar a produção de poços já existentes. A principal perspectiva é demostrar na prática nosso conhecimento sobre a bacia SE-AL, entregando resultados robustos que permitam as empresas petrolíferas tomarem decisões certeiras, além de capacitar nosso corpo técnico”, projeta a engenheira de petróleo.


Karolline Rocha é engenheira de petróleo pela UFS e diretora executiva da startup GKF
Karolline Rocha é engenheira de petróleo pela UFS e diretora executiva da startup GKF

Renato Vieira Tocantins, diretor executivo da Petrom, chama a atenção para o desafio da empresa de entender a dinâmica a bacia petrolífera de Sergipe. Por isso, segundo ele, a aproximação com a UFS é fundamental ao agregar conhecimento sobre o cenário de exploração e produção no campo terrestre de Rabo Branco.

"A ideia é trazer o conhecimento da Universidade na produção do embasamento fraturado para completar o sistema petrolífero. Isso promove uma atividade de exploração de maneira segura e, ao mesmo tempo, estimula a academia dentro de uma prática real ao trabalhar com uma proposta concreta do desenvolvimento de uma companhia de petróleo", pontua o diretor.

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Diretor executivo da empresa Petrom Produção de Petróleo e Gás, Renato Vieira Tocantins
Diretor executivo da empresa Petrom Produção de Petróleo e Gás, Renato Vieira Tocantins

Progeologia

Criado no ano de 2007, o Laboratório de Progeologia da UFS está vinculado ao Núcleo de Competências em Petróleo, Gás e Biocombustíveis da UFS, tendo como foco pesquisas sobre geologia e geoengenharia de petróleo, desde impacto erosivo e urbanismo sustentável à avaliação de potencial de hidrocarbonetos em campos de petróleo.

Josafá Neto

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Seg, 05 de setembro de 2022, 15:07
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