Ter, 24 de agosto de 2021, 11:52

Projeto da UFS ensina criança a fazer ciência
Iniciativa foi desenvolvida em turmas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental
Criado em 2018, projeto intitula-se “Brilho nos olhos: sensibilizar para a vida democrática’’. (fotos: arquivos pessoais)
Criado em 2018, projeto intitula-se “Brilho nos olhos: sensibilizar para a vida democrática’’. (fotos: arquivos pessoais)

Sair do verbalismo para a ação. Foi pensando assim que a professora Suzana Mary de Andrade, do Departamento de Educação do campus de São Cristóvão, desenvolveu o projeto “Brilho nos olhos: sensibilizar para a vida democrática’’.

Criado em 2018, consiste em contribuir para que a educação alcance níveis satisfatórios ou reverta os índices apresentados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Pretende-se ainda realizar um projeto piloto para formar professores para o ensino das ciências a partir de experiências de baixo custo ou de materiais encontrados na natureza.

Em 2019 o projeto passou a ser financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com previsão de encerramento para este ano.

‘‘Inicialmente, o projeto não tinha o objetivo de se institucionalizar. Era movido por interesses pessoais e subjetivos com foco em contribuir a partir dos conhecimentos, talentos e no exercício profissional para a educação em Sergipe. Podemos afirmar que foi um desejo de sair do verbalismo do discurso para uma ação concreta das nossas vidas’’, detalha Suzana.


Dentre os objetivos, pretende-se formar professores para o ensino das ciências a partir de experiências de baixo custo.
Dentre os objetivos, pretende-se formar professores para o ensino das ciências a partir de experiências de baixo custo.

As atividades incluem docentes de alguns departamentos da UFS e outros. ‘‘Quando decidimos submeter o projeto ao CNPq, convidamos uma professora da Escola Normélia de Araújo porque ela mostrou bastante interesse com o projeto quando executávamos as ações na escola’’, relata.

‘‘Com relação aos bolsistas, nós precisamos escolher dois daqueles que já participavam conosco. Eu, por exemplo, levei os membros do Grupo de Pesquisa Ressalt para apoiar nas atividades, a professora Eliana Midori levou os seus bolsistas. Penso que mobilizamos uns 17 estudantes da UFS nesse projeto”, completa.

Experiência

Os objetivos do grupo ainda incluem o desejo de despertar nos estudantes do ensino fundamental do 1º ao 5º ano das classes populares para a alfabetização científica, produção de leitura e escrita por meio das experiências realizadas em sala de aula e construir junto com as crianças um projeto de vida educacional no que tange às possibilidades da educação superior.

Eloi Santos, aluno do 5º período de licenciatura em Química, relata que participar desse projeto foi uma experiência única e gratificante, além de muito produtiva. Para ele, foi de grande importância mostrar um pouco de como funciona a química para as crianças que ainda não faziam ideia de como seria ter a matéria na escola.


Por conta da quarentena, atividades tiveram de ser suspensas.
Por conta da quarentena, atividades tiveram de ser suspensas.

‘‘Através de experimentos a gente pode ensinar um pouquinho a eles e foi muito incrível ver a emoção deles, descobrindo que poderiam fazer ciência, independentemente da idade e do conhecimento que eles tivessem. Só precisavam de orientação para que eles mesmos pudessem fazer ciência’’, diz.

“Deu para sentir o gostinho do que é ser professor e poder ensinar e ter prazer fazendo isso e, com o resultado, ver que todo o esforço e dedicação valeram a pena. Para mim, isso é muito importante, tanto para os estudantes e professores envolvidos quanto para os alunos beneficiados, porque além de eles aprenderem a fazer ciência, a gente também aprende com eles, aprende o que é ser professor, se doar e se esforçar. Foi muito gratificante’’.

A professora Suzana conta que após o início da quarentena as ações nas escolas tiveram que ser suspensas.

‘‘Um dos pontos fundamentais desse projeto é que tinha que ser o professor da UFS que deveria fazer as ações. Os bolsistas iam para nos auxiliar. Mas nós teríamos que estar coordenando as ações, para que nós mesmos formássemos os estudantes, os professores e os bolsistas. Então durante a pandemia não houve meio de continuar com as ações nas escolas’’, afirma a coordenadora do projeto.

Franciele Fernandes (bolsista)

Luiz Amaro (edição)

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Qui, 02 de setembro de 2021, 12:44
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