Camila Cavalcante, com o apoio de seu orientador, professor Albérico Queiroz, desenvolveu uma pesquisa na área de arqueologia no campus de Laranjeiras. O trabalho de conclusão de curso fala sobre os achados arqueológicos da região e o contato da comunidade com esses achados, que são muito importantes, de acordo aos pesquisadores. Albérico explica que a cidade de Laranjeiras é muito rica em termos históricos e pode ser considerada um sítio arqueológico que abriga uma grande a diversidade cultural local. Camila, ao perceber esse cenário, procurou desenvolver, durante a sua graduação, diferentes formas de tornar acessível todo esse conhecimento arqueológico à comunidade. “Em meu TCC, busco criar, junto aos educadores, ferramentas que possibilitem o maior acesso à arqueologia e ao patrimônio local a partir da elaboração de materiais didáticos e lúdicos, tendo como referência o conhecimento produzido pela universidade e o conhecimento que a comunidade possui sobre o patrimônio de Laranjeiras”, comenta Camila.
Além de apresentar uma pesquisa notável na área, Camila é presidente da Consultoria Arqueológica Júnior da Universidade Federal de Sergipe (Cajufs), considerada a primeira empresa júnior de arqueologia da América Latina, fundada em 2013. Segundo Camila, a Cajufs tem como prioridade proporcionar um pouco da vivência do mercado de trabalho aos estudantes da graduação, buscando oportunidades não exploradas pelos profissionais, principalmente em relação à divulgação científica e educação patrimonial. “Atualmente a Cajufs desenvolve um projeto de resgate arqueológico na Fazenda Santa Cruz, no povoado Mussuca, município de Laranjeiras, local de engenhos importantes na fase do ciclo da cana-de-açúcar. O que a arqueologia tem mostrado, é que este foi o pano de fundo para o desenvolvimento de inúmeras manifestações culturais, histórias de luta, resistência e união entre escravos e indígenas”, explica Camila.
O professor Albérico ainda conta das demais contribuições científicas que ele tem feito, a partir da pesquisa acadêmica. Além de Laranjeiras, o grupo de pesquisa o qual Albérico faz parte desenvolve trabalhos em São Cristóvão, na área do Xingó, no município de Canindé de São Francisco, e também em Canhoba. Ele relata um pouco mais sobre o seu trabalho, que é um verdadeiro estudo integrado. “Nosso laboratório de bioarquelogia, fundado em 2010, começou a desenvolver diferentes pesquisas com estudantes e colegas professores, e continuam sendo desenvolvidas devido ao grande potencial arqueológico da região. E são pesquisas interdisciplinares, trabalhamos com colegas de diversas áreas, como física e química”, conta Albérico.
Camila e Albérico participaram do podcast “SE é Ciência”, também desenvolvido por estudantes da UFS, onde deram mais detalhes sobre suas pesquisas acadêmicas.
Mira Marques - Podcast SE é Cincia
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