Sex, 09 de abril de 2021, 15:41

UFS inicia estudo sobre aplicação de doses de fabricantes diferentes da vacina contra a covid-19
Pesquisa será desenvolvida em parceria com a USP
O acompanhamento investiga a imunidade celular e a imunidade humoral diante da exposição à vacina. (fotos: Schirlene Reis/Ascom UFS)
O acompanhamento investiga a imunidade celular e a imunidade humoral diante da exposição à vacina. (fotos: Schirlene Reis/Ascom UFS)

A Universidade Federal de Sergipe (UFS) iniciou, nesta sexta-feira, 09, o acompanhamento do caso de uma mulher de 75 anos que recebeu doses de fabricantes diferentes da vacina contra a covid-19. O caso aconteceu em Aracaju e o estudo está sendo liderado pelo professor Lysandro Borges, do Departamento de Farmácia.

“Hoje realizamos a humanização no primeiro contato e um diálogo sensível e clínico em relação aos sinais de sintomas que ela apresentou na primeira dose e, agora, na segunda dose. Vamos fazer esse acompanhamento por três meses”, afirma Lysandro.

De acordo com o professor, a pesquisa de anticorpos será feita em toda a família, além da idosa que recebeu as vacinas diferentes. O estudo ainda conta com parceria da Universidade de São Paulo (USP) para investigar a ativação dos linfócitos T diante do processo vacinal e a presença de anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2.

“Objetivo é verificar a presença de anticorpos neutralizantes, mas precisamos lembrar que a imunidade vacinal também depende do linfócito T, que é a célula que está presente na imunidade celular. Então, nós vamos avaliar as duas linhas: imunidade celular e a imunidade humoral diante da exposição à vacina”, explica Lysandro, que também coordena a Força-Tarefa Covid-19 da UFS.


Lysandro Borges é professor do Departamento de Farmácia da UFS
Lysandro Borges é professor do Departamento de Farmácia da UFS

A tendência é, se mais casos aparecerem, que a universidade encampe essa pesquisa no nosso laboratório para verificar, então, se pode ser feita essa mistura entre dois tipos de vacinas. Vale lembrar que esses estudos estão sendo conduzidos também no Brasil e no mundo pelo uso de vacinas diferentes na primeira e na segunda dose.

Entenda o caso

A aposentada de 75 anos recebeu, no dia 15 de março, a primeira dose da Coronavac, produzida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Após 20 dias, recebeu aplicação da Covisheld, do laboratório AstraZeneca com a Universidade de Oxford e a Fiocruz.

+ Professor da UFS esclarece dúvidas sobre aplicação de doses de vacinas diferentes contra covid-19

A confusão na administração das doses foi confirmada pela Secretaria de Saúde de Aracaju. A falha aconteceu na última segunda-feira, 05, na Unidade Básica de Saúde Augusto Franco, no Bairro Farolândia, Zona Sul da capital.

Letícia Nery

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Sex, 09 de abril de 2021, 15:49
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