Qui, 01 de outubro de 2020, 17:56

Doutoras formadas na UFS ganham prêmio Capes de Tese 2020
Alunas dos programas de Ciências da Saúde e de Arqueologia formaram-se em 2019

As doutoras Paula dos Passos Menezes e Caroline Murta Lemos foram agraciadas com o Prêmio Capes de Teses 2020, nas áreas de Medicina e Arqueologia, respectivamente. Já em sua 15ª edição, o Prêmio Capes de Tese busca reconhecer os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros.

“Essas premiações corroboram os últimos resultados de destaque da UFS no cenário nacional e internacional, tais como estar entre as oito melhores universidades do país, segundo o World University Rankings 2021 e ser a instituição de maior impacto do Brasil em pesquisas de Ciências da Saúde, segundo o relatório Research in Brazil: Funding Excellence da Clarivate Analytics”, destaca o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa (Posgrap), Lucindo Quintans.


Criado em 2005, o Prêmio leva em conta a originalidade, o caráter inovador da produção e a relevância para o trabalho científico, tecnológico, cultural e social do país
Criado em 2005, o Prêmio leva em conta a originalidade, o caráter inovador da produção e a relevância para o trabalho científico, tecnológico, cultural e social do país

Ele acrescenta a importância das parcerias para desenvolvimento das pesquisas. "Um dos trabalhos contou com a parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Oregon Health and Science University (EUA), tendo a Capes uma atuação importantíssima com o pagamento de bolsa no período em que a pesquisadora passou no Brasil e no exterior; no outro tivemos o fomento da Fapitec-SE", complementa.

Medicina

Com a tese “Tecnologias para estudo e tratamento da insuficiência venosa crônica: desenvolvimento de microambientes e abordagens nanotecnológicas”, a ex-aluna Paula dos Passos Menezes conquistou o prêmio sob orientação do professor Adriano Antunes, do departamento de Farmácia.


Paula Menezes em 2019, na defesa de sua tese. Fotos: Arquivo pessoal
Paula Menezes em 2019, na defesa de sua tese. Fotos: Arquivo pessoal

Para acessar a tese premiada, clique aqui.

Paula primeiro imprimiu células-tronco em impressora 3D, tendo materiais com diferentes rigidezes e, a partir dessa plataforma, estudou como as doenças vasculares progridem. Em uma segunda etapa, de tratamento, foi desenvolvida uma meia compressiva que liberasse um fármaco derivado de um produto natural, em nanopartículas, que melhora a circulação e promove a cicatrização das úlceras.

Emocionada, Paula conta que “esse prêmio foi a concretização de um sonho e uma grande realização pessoal e familiar, pelos anos de dedicação à pesquisa e pelo esforço da família que sempre me apoiou.” Em vídeo publicado pela Associação Sergipana de Ciência, em dezembro de 2019, a pesquisadora contou um pouco da sua trajetória.

“Além da realização pessoal, é também um ganho do nosso grupo, do laboratório do qual faço parte, e da UFS”, acrescenta. “Esse é um prêmio extremamente disputado na área de Medicina, e algo que foi muito sonhado pelo nosso grupo. A Paula Menezes está em nosso laboratório desde a graduação em Farmácia, aqui na UFS ela fez também seu mestrado e ano passado concluiu o doutorado no programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, tendo mais de 50 trabalhos publicados”, conta o professor Adriano.

Arqueologia

A ex-aluna Caroline Murta Lemos, sob orientação do professor Andrés Zarankin, docente da UFMG e colaborador no programa de doutorado em Arqueologia, no campus Laranjeiras, venceu com a tese: “Arquitetando o terror: um estudo sensorial dos centros de detenção oficiais e clandestinos da ditadura civil-militar do Brasil (1964-1985)”.


Caroline Murta Lemos fez seu doutorado no programa de Arqueologia, no campus de Laranjeiras
Caroline Murta Lemos fez seu doutorado no programa de Arqueologia, no campus de Laranjeiras

Para acessar a tese premiada, clique aqui.

“Fiz um estudo arqueológico e sensorial da espacialidade e da materialidade de dois centros oficiais de detenção, DOI-CODI/SP e DOPS/SP, e de dois clandestinos, a Casa Azul (PA) e Casa da Morte (RJ), tentando estabelecer o papel que a materialidade desses espaços desempenhou nas estratégias de repressão e resistência política implementadas nesses órgãos repressivos”, explica Caroline.

Ela acrescenta que esta foi uma pesquisa pioneira. "Foi a primeira tese de doutorado desenvolvida no país na área da Arqueologia da Repressão e da Resistência e foi o primeiro trabalho que comparou o funcionamento dos centros de detenção da ditadura brasileira, o que reflete a excelência e o vanguardismo científico do programa de pós-graduação em arqueologia da UFS e da Fapitec-SE, instituições que possibilitaram o desenvolvimento dessa tese".

“O reconhecimento desse trabalho é fundamental”, afirma o professor Andrés Zarankin. Ele diz esperar que essa tese “possa contribuir para que a sociedade brasileira tenha muito mais presente esse lado da ditadura que está tentando ser mascarado nos últimos anos”.

Prêmio Capes de Tese

Iniciativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Prêmio Capes de Tese leva em conta a originalidade, o caráter inovador da produção e a relevância para o trabalho científico, tecnológico, cultural e social do país.

Os vencedores recebem uma bolsa de estágio pós-doutoral em instituição nacional, por até 12 meses, além de certificados e medalhas. Os orientadores recebem R$ 3 mil cada — como participação em evento acadêmico-científico nacional.

Este ano, a cerimônia de premiação será feita no formato online em virtude da pandemia de Covid-19.

As teses premiadas concorrem automaticamente ao Grande Prêmio Capes de Teses, no qual disputam agrupadas em três grupos de grandes áreas do conhecimento. Nesta categoria, além dos valores oferecidos pelas instituições apoiadoras, os vencedores ganham uma bolsa para estágio pós-doutoral de 12 meses em instituição estrangeira e o prêmio do orientador é de R$ 9 mil para congresso internacional.

Ascom

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Atualizado em: Qui, 01 de outubro de 2020, 18:01
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